O declínio da <i>Nokia</i>

O grupo Nokia que durante tantos anos foi o espelho do sucesso do capitalismo finlandês acaba de anunciar o despedimento de 1800 trabalhadores em todo o mundo, dos quais 800 na própria Finlândia.

Após uma década em que o desempenho do grupo industrial entrou em notório declínio, os indicadores económicos continuaram a degradar-se este ano, e embora mantenha uma posição cimeira na economia do país e o título de primeiro fabricante mundial de telemóveis, a Nokialand já não é o que era.

Segundo dados publicados pelo jornal francês Le Monde (22.12), a conhecida marca continua a perder terreno no mercado mundial, tendo-lhe cabido 28,2 por cento no terceiro trimestre, contra 36,7 no ano anterior.

As dificuldades em enfrentar a concorrência reflectem-se numa diminuição abrupta do peso no Produto Interno Bruto finlandês. Se em 2000 a Nokia ultrapassou os quatro por cento do PIB, em 2010 não irá além de 1,6 por cento.

O seu peso nas exportações baixou de 21 por cento em 2000 para 14 por cento actualmente. Também os impostos que paga ao Estado representam agora apenas 2,6 por cento do total pago pelas empresas, contra 14,2 por cento em 2000.

Assim, não surpreende que o grupo tenha perdido a posição dominante na bolsa de Helsínquia, onde chegou a representar dois terços da valorização da praça, enquanto hoje se fica por um quarto.



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